terça-feira, 23 de novembro de 2010

Não me chame Não me chame Não me chame


Não me chame de menina. Não me chame de adolescente. Já sei tanto quanto você sobre qualquer coisa.

Não é só meu corpo, não são meus cabelos, não são minhas roupas ou amigas. Olho para minha sala e vejo meninos discutindo jogos, olho para mim e me vejo no meio de crianças grandes.

Garotos desengonçados, infantis e meninas andando como mulheres.
Crescendo aqueles 10 centímetros em instantes para ir a uma festa com adultos. Com mulheres como eu e com homens de verdade.

Não me chame de menina e não me leve para a matinê. Coloco uma meia 7/8 preta e um vestido, com uma bota.

Cara e corpo adulto, idade real baixa. Não estranhe se me ver com um homem ou com um garoto que está se tornando adulto – dezoito, vinte ou vinte e poucos. Agora ando para frente. Sei o que quero.

Já sei andar de salto, já sei beijar e já sei namorar. Não me estranhe se vierem me buscar de carro, pois é com ele que estou. Já sei o que
esperar de um homem, já sei o que esperar de uma mulher. Se me vir de mãos dadas com outra garota, já saiba que ela é mais que uma amiga.

Não se assuste quando me vir com um copo na mão. Não é refrigerante. Não é cerveja – amarga e fraca – mas é vodka da mais barata, pois vocês não me deram dinheiro o bastante.

E então, ouço risos da moça do canto da mesa. E ao ouvir com cuidado noto ser o alvo – vagabunda piranha.

Eu não sei o que quero? Ninguém nunca me obrigou a nada. Ninguém me disse o que fazer. Fui por que quis. Eu fui usada? Aquela pessoa gostava de mim? E chorando no quarto, tenho meus pais ouvindo e sentindo quão criança ainda sou.

Não me chame de menina, pois dei apenas mais um passo firme mostrando como sou.

- Não. Ainda é uma criança, mas de soutien.

Eu sei o que quero, sei o que fiz. Você não sabe da vida de outros adultos, não saberá da minha. Saí com, fiz com. Não é nada, a lei está errada e você idem.

- Não. Ainda é uma criança, mas com muitas plaquetas.

Não me chame de criança, pois não quero mais. Não quero andar como uma piada entre vocês. Não quero andar com aquelas piadas com quem convivo – Crianças com corpo e cabeça pequena e idade igual.

- Ainda é uma criança. Você só acha as coisas, Quebrará muito a cara e essa não foi a ultima.

Não me chame de criança, por favor.

Flávia Bittencourt

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Terceiro Choro: Pelo monte ao amanhecer

A continuação do conto do Bar-rata ...



Terceiro Choro: Pelo monte ao amanhecer

"O homem superior pensa no seu caráter; o homem inferior pensa na sua posição. Ao primeiro preocupam as penalidades pelos erros, e ao segundo, os favores."

Textos Confucionistas

III:I

Levanta-te e toma tua mulher e filhas

Acorde, pois o cedo é tarde para o senhor

Tuas filhas não devem tardar pois há milhas

Tua mulher não deve tardar em se compor



Escapa por tua vida que em risco está

Não olhes para trás de ti e não pares em toda

A campina por onde está para acinzenta

Para que não pereças antes da boda



Boda da vitória do senhor bondoso

Festa da morte daqueles dessa cidade

Pessoas que homens diriam ascoroso



Escapa lá para o monte antes que seja tarde

O tempo se esgota e logo acaba a viagem

O solo da cidade irá por algo que arde








III:II


Eis que, agora, o teu servo tem achado graça

Engrandecestes tua misericórdia

Para guardar toda a minha fraca alma em raça

E em seu amor ser guardado sem ter algum dia



Mas não posso escapar no monte com o medo

Do mal me apanhar e me levar para fora

Desse mundo e a morte conhecer o segredo

E então conhecer a verdade aterradora



Afastarei como o pedido apressado

Para uma pequena cidade que é bem perto

Para que vivo fique e bem abençoado



Por ser refúgio de minha família

De Zoar a pequena cidade chamarei

E sairei da cidade com bem ervilha



E quando saiu o sol sobre a terra, entrei na cidade enquanto o fogo e enxofre do céu caíram sobre as cidades em que o bem era uma ervilha e o mal era grande.

Amigos mortos, familiares mortos, vizinhos mortos. Aquele senhor que bebia vinho e com felicidade contava da sua mocidade, morto. O rapaz que trazia o vinho de longe, morto.

E pelo calor da morte das cidades de fogo, minha mulher olha para trás, descumprindo o que os varões disseram, e em uma estatua de sal, ela se tornou.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Grilhões do Super-ego

Um olhar, que se esquiva com sua atenção
que não consegue encarar tamanha adoração
que se esconde entra as pessoas
Apenas um olhar, que queria não existir

A coragem se atrofia apenas com sua presença
Profanando emoções em uma mente insegura
O que deveria ser o motivo da vida
Torna-se um desespero, um fardo

Desespero que se aglutina uma manhã
Em que seus olhos brilham por outro alguém
Manhã na qual um rugido de ira rompe a sanidade

Quando me vejo, você está finalmente em meus braços
Não quente e rosada, mas gélida como a noite
A eterna noite na qual estarei ao seu lado...

Bonilla - 2º FBI

Para os interessados, meu blog pessoal Hospício da Lucidez: http://insanespot.blogspot.com/

quinta-feira, 21 de outubro de 2010



Camila - 1ºFBI

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

`O anão solta o cú do lobo, é foda que hoje`

Em uma bela noite, na república Várzea, estavam Pereba, Pão, Bar-rata, Grafite e Abu conversando. Eis que surge o magnífico texto:



Durante a lua crescente, o lobo uiva alucinadamente quando vê a loba cheia de vontade de brincar de lobão com os três porquinhos que transavam constantemente com anões cegos e manolos que eram pequenos, mas apesar disso tinham uma enorme vontade de dar um abraço no pequeno ursinho cagado, um grande filho da puta, viado de merda e vai tomar no cú, porque eu já quem curte berimbau e pegando no meu pau, colocar dentro do cú. Tem um mundo, um conjunto cheio de xanas, algumas peludas, é a vida, mas como diria minha querida avó que na sua carriola berrava: “Porra, caralho!” O que é isso? Eu não sei, mas você com certeza no cara que diz “Eu não vou negar é meu pedaço de papel composto por fibras de eucalipto tibetano”. Alfred não perdoou, pegou seu machado ensanguentado, armou o golpe e enfiou no cú da puta barata que gosta de brincar com meu querido crocodilo loiro meu! E então, o Faustão dirigiu-se para seu cirurgião e, no fim das contas, ele era um ator pornô e tinha um belo e largo cú do caralho!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Eu nu e uma noite no fim.

O que você está pensando? Está chovendo lá fora não? Sabe, esse ar seco estava fazendo meu nariz sangrar. Não, não é nada legal. E esse calor me fazia ter que tomar muito mais banho que eu tomaria em um dia normal. Como assim? Antes de ir para faculdade, depois da faculdade – para tirar aquele cheiro do laboratório – e antes de dormir. Ah, mas meu cabelo fica cheirando mal. Será que é porque você não está todo o dia comigo, ou porque você quase nunca me vê depois da aula? “Tá”, acho que posso entender, mas acho que não é para tanto. Você poderia me ligar sem motivo também. Que sentido faz? É igual aquele filme – como se chama mesmo? – que a moça recebeu flores só porque é terça. Que sentido faz? Vai acusar meu pensamento sobre o mundo? Você não sabe nada. Às vezes – mesmo eu – precisamos saber o quanto você pensa sobre nós.

O que você pensa? Claro que não sou igual às outras. Estou parecendo? Por que eu? É sério. Por que eu? Claro que me pergunto. Mas eu acho que todas as pessoas se perguntam isso. Você não? Não brinque comigo, sou mais inteligente que você pensa. Não me importo. Ainda me pergunto. Se eu quero realmente saber? Não sei. Uma vez ouvi em algum lugar que se souber o que é o melhor em você, esquecerá do resto e se focará apenas naquilo. Lógico que não, a vida é tão curta para se focar apenas em uma coisa.

E o que é ruim em você? Ser bom em algo não fará você deixar de ser pior em outra coisa.

Amanhã? Ah, além do que eu sempre faço nas quartas, acho que nada. Qualquer lugar.

Não, nesse lugar não. Sempre quis ir naquele restaurante de massas. – risos – É você que precisa emagrecer. É, acho que se você não fosse assim, teria olhado diferente para você. Melhor? Não sei, acho que não. Não gosto desse jeito de gente. Isso – risos – não faz meu tipo. Não, não precisa pagar, podemos dividir. Claro que gostaria. Do mesmo jeito que gostaria que você abrisse a porta. Igualdade? Acho que nenhuma pensa seriamente na igualdade que você está falando. É mesmo – risos – quem não gosta de galanteios. Algumas morrem sem, mas eu já tomei. Não sei mesmo, mas foram poucos. Ansiedade é normal. Tentou com alguém enquanto está comigo? Estou brincando com você. Algumas sentem inveja sim. Isso me lembra de uma música.

Que horas são? As horas podiam não passar. É, acho que é mais sono. As aulas não são boas mais. Acho que pouco me faz sentir tão bem. Sim, cansaço. De tudo e todos. Não acho que é igual com vocês. A amizade mais parece uma guerra fria com nós. Não adianta rir, é a verdade. Lembra-se daquela que eu te apresentei? Contei para ela que eu queria e ela foi na minha frente. Com vocês se um fala o outro respeita. Ah, mas quando acontece todos falam que foi sacanagem. Bem... Fiz também. Se faria mais uma vez? Está com ciúmes?

Não quero me lembrar. Por que insiste? Vou ter que me esforçar para fazer melhor. Ser só não basta. Não sei. Na verdade é mais filosófico que verdade, mas não custa nada... Na verdade custa um pouco para fazer melhor. Para começar eu teria que me levantar. Nem se eu disser que estou com sede? Então me abrace mais forte, ou poderei sair.

Não quero voltar. Essa briga não deveria ser minha. Não adianta, uma hora terei que fazer algo. O que você faria em meu lugar? Gostaria apenas de “não conseguir imaginar”. Isso é que não gosto em você. Você não pode ser mais compreensivo? É duro para mim. O amanhã poderia nem ter começado. O sol? Talvez esteja com o alarme errado. Não ligou de propósito não? A vida está correndo lá fora e sou tão lenta. É difícil também. Não é tanto. Isso é só algo que a mãe e as amigas feministas dizem, não posso ser o que quiser. Nem você pode fazer o que quiser. Não, nem de mim. As coisas são difíceis e me sinto vulnerável. Acho que deveria me arrumar.

Só vou depois do banho. Afinal, está quente lá fora.


Flávia Bittencourt

domingo, 3 de outubro de 2010

Choro pela vida que deixei.

Essa é uma história escrita pelo Bar-rata, e é bastante grande, tem cinco capítulos, portanto vou postar pouco a pouco, hoje vão os capítulos I e II

Primeiro Choro: Passos deles em uma cidade dos outros

"A virtude não passa de uma tentação insuficiente."
George Bernard Shaw

Ao anoitecer na língua do mar - onde o sal protege a carne, onde o Jordão jorra a água que nos dá a comida tão cara, tão suave e tão santa. Tão santa que sem ela o sal secaria nossas vidas, nossos amores, nossa força e nosso triste caminhar longe do paraíso perdido. Tão santa que os próprios anjos devem beber de sua fonte – Dois varões entram a porta de minha humilde cidade.

Suas fisionomias são estranhas a nossos olhos. Andam levemente enquanto passam pelas portas de nossa cidade. Seus passos fazem as pessoas deixarem o que fazem para vê-los.

E andam, observando com um olhar estranho as pessoas. Todos os olham nos olhos.
Todos querem tê-los. Todos querem tocar suas peles. Seus rostos. Seu corpo.
Quem são os homens que andam pela cidade enquanto anoitece? O frio chega e eles não terão onde ficar. Quem são esses homens que atiçam a curiosidade e o desejo de todos? Na rua é muito. Não devem ficar com o povo, que perversamente farão o que desejarem. Quem são esses homens que parecem ter bebido da água do Jordão, como anjos?

I:I

Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos,
Em casa de vosso servo e passai nela
À noite, e lavai os vossos pés, e levantei-vos
Pela madrugada seguirás com cautela

Não meu bom homem. Não deves se preocupar
Pelas terras de Jeová chegamos aqui
No solo dessa rua ficaremos a acampar
Durante a noite fria vendo o alto daqui

Não deverias olhar aos céus sendo homem
Apenas anjos e o próprio senhor olham
Venham à minha casa. Onde todos comem.

Iremos então bom senhor e entraremos
Em sua casa. Comeremos seu banquete
Pois tu porfiares conosco. Então vamos.

E então trouxe aqueles homens que olham para os céus como se fosse seu lar para minha casa, para que lavassem seus pés, sujos da viagem longa que eles deveriam ter tido. Para que comessem junto de minha família.

Segundo Choro: Os chamados de fora

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."
Platão

Antes de deitar-nos, uma grande confusão tomou conta das ruas. Por elas estavam, com os olhos sedentos, desde o mais moço até o mais velho, todo o povo de todos os bairros. O que querem todos? Eu, sempre tentei me manter como um homem respeitoso nessa cidade.

Caminhei de cabeça ao alto. Dei-me genros e nunca cometi um crime contra meu senhor. Como tamanho montante de homens estão aqui, à frente te meu lar, lar de minha esposa e filhas? Lar humilde, lar onde lavei os pés daqueles que chegaram nessa cidade, com os olhos para o céu?

II:I

Meu caro senhor. Abra essas portas fechadas
Onde estão os varões que vieram nesta noite?
Traze-os fora a nós, para que sejas achadas
Como conhecidos dos homens nesta noite.

Pelas ruas de Sodoma andaram à tarde
E em sua casa seus pés puros lavaram
Com bocas limpas nos fizeram vir a alarde
E suas belezas distantes nos trouxeram

Conhecer esses homens devemos agora
Traga-os para fora e nos olhos veremos
E em suas peles tocaremos com demora

As ruas estão cheias com homens certos
Não deveis ter medo por eles que vieram
Pois viemos até aqui ver seus rostos

O olhar diferente dos habitantes da cidade ganhou prosa e se espalhou pelas bocas e pelos ouvidos dos homens. Homens que estão chamando meu nome para ter meus hóspedes. Hóspedes que são tão diferentes. Hóspedes que lavaram seus pés cansados na água de minha casa. Hóspedes que comeram de minha comida.

II:II

Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal
Vejo seus semblantes vendo minha casa
Vosso pedido, ao meu ver, não deve ser normal
Outra criação de nosso senhor não atrasa

Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda
Não estiveram a deitar-se com nenhum varão
Por favor, homens, pensem sobre sua vinda
Pois ofereço o que diria: não terão.

Mas somente nada façais a estes varões
Porque por isso vieram abaixo para
À sombra de meu telhado cuidar de vilões

Justo sou com os estrangeiros que em casa
Iriam dormir, se vós não estivésseis com
Desejos por esses dentro de minha casa

II:III

Saí daí meu senhor, e abra tu logo a casa
Não queremos ouvir falas vazias
Não queremos ter sua lamentação rasa
Não continue com essas tais ousadias

Como estrangeiros, estes indivíduos
Vieram aqui habitar e querias tu
Tu que és um velho de resto, apenas o resíduo
Do homem que um dia foi novo, leal e cru

Querias ser juiz em tudo, oh velho?
Não deves e não és nada além de injusto
Pois a verdade em nós é apenas espelho

Agora velho, te faremos mais mal a ti
Do que a eles, pois recusa nosso simples querer
E de tua casa saíram em frenesi

E então, todos os homens, desde o moço até ao velho, aproximaram-se para arrombar a porta de meu lar, lar de minha mulher, de minhas filhas e sombra onde meus hospedes iriam deitar-se para seguir a viagem para o lugar que estiveram a olhar.

E os seus olhares brilham mais que os olhos da virgem mais bela que já andou por essas terras esquecidas por Jeová. Brilham mais que a estrela mais brilhante da noite. Brilham mais que a luz do sol que ultrapassa as pegadas brancas do senhor divino. Brilham mais que os olhos dos varões, que com força tentariam entrar em minha sombra, não aguentaram continuar a ver. Luz tão forte e bela que os olhos não queriam mais ver, pois tudo que poderiam enxergar seria sempre mais feia. E perdidos com a luz ficaram. E andando sem rumo em busca da luz que da porta de minha veio ficaram.

E para dentro de minha casa os homens de olhar claro como nunca me puxaram para me dizer sobre o que deveria ser e fazer

II:IV

Tens alguém mais aqui? Teus genros, e teus filhos
E tuas filhas, e todos quantos tens nesta
Grande e cruelmente cheias de empecilhos
Cidade que com terror e medo infesta

Tira-os fora desta cidade nefasta
Pois vamos destruir este lugar como
O senhor manda. Tal vida já se desgasta
Quando diz ao grandioso uno – não retomo

Porque o seu clamor tem engrossado diante
Da face do senhor maior, uno e sábio
E verás a cidade apenas fumegante

O terror e o medo nessa cidade serão
A única coisa que sempre se registrará
O querer do uno e a morte virão à multidão

Pela cidade, junto de minha família, fui. Cegos pela luz, os homens corriam perdidos. Poucos não estavam entre os varões que foram a minha casa. Amigos, irmãos perdidos sem salvação pela luz daqueles que trouxeram a mensagem do senhor. Mensagem de destruição e morte.

Por que, oh anjos do senhor, perdoe seus filhos que, com sua beleza infinita se perderam. Tantos morrerão sem como se salvar, tanto de sua fúria quanto de seu julgamento.

Se há justos entre nós, por que escolhes a mim? À minha família? Não sabemos o que havia com os outros justos que não viram seus arautos. Estavam cuidando de algum doente? Estavam falando de suas palavras? Estavam trabalhando para poder viver nesse lugar para o qual fomos mandados por causa de nossos antepassados feitos a tua imagem? Quem saberá oh uno?

Prezo pela minha vida assim como todos. Mas o pecado deles é meu pecado? O pecado dos meus pais são meus pecados? O pecado de meus avós são de meus pais e meus? Não conheci os pais de meus avós e não conheci nem ao menos o nome dos avós de meus avós. Devo pagar pelos pecados de quem tem ou teve meu sangue? Devo pagar pelos pecados do meu vizinho? Devo pagar pelo pobre que não foi acolhido ao chegar na cidade?

Devo pagar por aqueles que viveram mal? Por aqueles que viveram bem, mas que morrerão como os ruins? Não quero morrer oh senhor, mas não devem os justos morrer. Não devem os injustos morrer sem saber de suas injustiças. Chamarei como os arautos do senhor mandaram. Meus genros. Mas a morte ou a vida serão decidas por quem? Sem saber de seus erros?

II:V

Teu velho que guardou os homens da luz que cega
Tu trouxeste estrangeiros e eles da morte falam
Não nos cegamos e estamos vendo tal nesga
Entre esses terrenos de morte que exalam

Não zombe tu de nós, pois nós zombamos de
Tu com essas ideias dos estrangeiros
Estrangeiros loucos e falsos de verdade
Estão os perdidos dizendo ser feiticeiros?

Rio de tí velho crente dessas piadas
Acredita em tudo que te dizem mesmo se
For uma mentira que cause uma risada

Saia pela porta que entraste antes de
Contar aquilo que nos fez rir como nunca
Pois não iremos jamais com sua tal verdade


Lucas Ercolin - 3FBI

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pensem Nisso...

-Quando somos crianças temos as mais fantásticas fantasias sobre nossas futuras profissões. Sonhamos que é maravilhoso ser gente grande e sair para o trabalho com a pasta debaixo do braço. E como somos crianças queremos atividades empolgantes. Queremos salvar o mundo. Mudar o futuro. Revolucionar. E aí almejamos sermos desde; bombeiro para enfrentar chamas e salvar vidas; astronauta para alcançar o espaço sideral; médico para liderar equipes cirúrgicas e curar; jogador de futebol para defender o time com raça; piloto de fórmula 1 para atingir altissímas velocidades, até jornalista, para cobrir as mais diversas notícias. Essas e mais uma gama de outras profissões heróicas e de destaque. Lembro que falava de ser juíza. De Direito claro. Pois achava inquestionável sua autoridade. Mas ao mesmo tempo que falava isto, sentava no parquinho do prédio onde morava e ficava horas amassando flores e folhas em um potinho com água para produzir cores diferentes. Depois dizia que eram remédios e saia passando em todo mundo. Juíza? Tem certeza? É, talvez não. Só que crescemos. Conhecemos as profissões. Percebemos que o heroísmo não é tão chamativo assim. E que destaque obteremos, se batalharmos, em qualquer profissão. Não é que o sonho acaba. Somente esquecemos dos sonhos. Ou começamos a perceber - com pés no chão - que devemos olhar para profissões mais discretas. Melhor, mais comuns. Daí ficamos na dúvida. Medicina ou letras? Música ou engenharia civíl? Moda ou filosofia? Complicado. Mas no fim nos encontramos. Escolhemos. Percebemos qual se encaixa. Qual, aparentemente, possui "nossa cara". Qual temos mais afinidade. Essa parte é relativamente fácil. E entre tudo isso, esquecemos das brincadeiras de criança. E talvez seria interessante se lembracemos. Eu, pessoalmente, me dei conta disso a pouco tempo atrás. E talvez, numa possibilidade remota, eu teria ganhado 3 anos se tivesse lembrado antes. Mas, lembrei na hora certa. Lembrei das plantinhas que amassava e sorri ao pensar que tenho laboratórios de botânica por aqui. Estou no lugar certo. Talvez. Provavelmente. Só que esse semana, tive dúvidas. Balancei. Repensei. E tive que mudar alguns conceitos e planos futuros. E ao lembrar de minha infância, lembrei também dos sonhos que deixei. Sonhos que diziam repeito a quem quero ser. O que quero saber fazer. O que quero mudar, construir. Pensei sobre isso. Pensei. Pensei. Pensei. E... vim até aqui escrever esse texto. Vim dizer para todos que tentem se lembrarem das brincadeiras de criança, para pensarem em sonhos talvez loucos. Para tentar realiza-los. Deixar fluir. Deixar imaginar. Deixar pensar. E se for preciso mude. Eu mesmo mudei. Minha conclusão? Enfim, terminar meu curso de fármacia, com glória e orgulho. Abrir meu próprio laboratório de produros fitoterápicos. E, ser professora. Mas essa sou eu. E você? Me conta vai!

Carolina Zambom. 1ºFBI

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Amigos

Reparei que alguns textos e frases dizem por aí que a distância não separa os amigos.
Separa sim! Separa um abraço, um colo, um cafuné, palavras ditas cara a cara e tantas outras coisas. Mas não separa boas conversas, o amor que você sente pela pessoa, ou a falta que ela te faz.

Contudo, existe uma distância perigosa, aquela que não é medida em quilômetros. Essa sim pode matar uma amizade, não deixe que isso aconteça! Mantenha sempre contato, não se domine pela frieza.

Eu pensava que amigos eram como anjos, ou seja, te trazem um pedacinho do céu. Mas, como nada é perfeito, ou eles voam para longe de você, ou quebram as asas na sua frente.

Hoje eu sei que amigos são apenas pessoas que erram, têm necessidades e problemas. Mas isso não importa, porque são essas pessoas que te fazem acreditar que esse mundo ainda vai melhorar.

Não existe o melhor, existe aquele com quem você mais se identifica. Cada um de seu jeito com tiques e manias, todos especiais.

Eles sempre estarão lá para ajudar a fazer uma coisa, certa ou errada; ou para te jogar um balde d’água, falar verdades. Esses amigos...

Não se lembre deles, apenas não os esqueça.




Camila Biazoni Albaricci. 1FBI

domingo, 26 de setembro de 2010

Figura de Argumentação

Estava me lembrando daquela época quando estudávamos português para o vestibular. E sempre achei interessante a parte de figuras de linguagem. Mais que isso, sua aplicação para expandir ou comprimir os dados do que se quer dizer.

E provavelmente aquela que eu mais gosto é a Metonímia, a figura de linguagem que uma parte representa o todo.

Claro, no português, estudamos isso com uma simplicidade excessiva. Vemos a imagem em uma ou em um pequeno punhado de palavras. Mas precisamos ser tão simplistas? Por que a imagem tem que ser algo visível como uma palavra, por que não a metonímia pode ser a argumentação?

Parece uma ideia meio absurda, mas ela é notável, principalmente em argumentações falhas ou errôneas. Para mostrar isso, nada como um tema atual – Dr. Dráuzio contra os fitoterápicos.

Para quem não sabe, Dr. Dráuzio mostrou seu ceticismo em relação aos fitoterápicos e sua aplicação SUS. Muito antes disso, ele havia mostrado ser contra terapias complementares as well. (Me desculpem pela expressão em inglês. Passei um longo tempo pensando como escrever essa parte, e não achei uma expressão mais apropriada que essa.).

Porém a questão com os fitoterápicos é levemente diferente das terapias complementares, mesmo tendo o mesmo princípio de argumentação pelo Dr.

Alguns fitoterápicos não possuem, ainda, confirmações empíricas sobre sua eficácia, efeitos colaterais e interações farmacológicas. Isso para falar rápido.

Mas antes que você pare de ler, favor espere. O tema não é apenas esse, esse é um exemplo e se você se irritou, mesmo que levemente, você já está mostrando que eu estou certa.

Se você se revoltou, é por que leu tudo, mas se esqueceu que falei “ainda”, e que coloquei numa posição explicativa (Não, não falarei que oração é.). Deve-se ter calma antes de se irritar com explicações.

E foi isso que ví no texto tão odiado por estudantes e profissionais do país. Visão seletiva. Melhor: Visão seletiva pró-cólera. Doença clássica, você já teve ou viu alguém tendo.

Claro! Sim claro! Há fitoterápicos em que temos grandes conhecimentos. Conhecimentos de eficácia, farmacodinâmica, farmacocinética, efeitos colaterais, interações e, em casos especiais, temos uma extensa biblioteca de compostos secundários, com fórmula e dados clínicos, tudo sobre aquele fitoterápico que sabemos ter efeito.

Mas, quantos são assim? Essa não é uma pergunta apenas para mim. Não. Não pretendo dar as respostas mastigadas para você, apenas alguns pontos para pensar

Tanto eu, quanto você, sabemos que a relação do conhecimento com fármacos alopáticos é diferente do conhecimento com fitoterápicos. Cada um com seus problemas.

Para uma análise livre nesse caso, precisamos nos abster de comparações. Afinal, sabemos que é um terreno onde muito sangue foi derramado por causa de discussões. Igual os vizinhos homeopatia, acupuntura e horoscopo.

Então, peço que não faça comparação com outras terapias, elas podem ser feitas e talvez um dia eu fale sobre isso. Mas não é o melhor momento.

O principio maior que dita o norte para pesquisas em fitoterápicos está no “conhecimento popular” – Claro, para alguns cosméticos o cheiro é importante, mas não é o ponto dessa discussão.

Entretanto, sabemos muito bem que o “conhecimento popular” ou o “conhecimento milenar” são muitas vezes placebos ou histórias absurdas. Exemplos poderiam gerar outro texto, muito maior que esse. Mas muitas vezes, sua vó está certa.

Sabendo bem sobre essa ambiguidade do “norteador”, temos que determinar quantos são os fitoterápicos com eficácia comprovada. Após isso, devemos determinar sua segurança – Efeitos adversos e Interações medicamentosas – e então definir sua validade como tratamento no SUS.

Infelizmente, essas informações são escassas. Uma busca simples no Google te trará unicamente a legislação de diversos países e recomendações perigosas de sites não confiáveis, próximos aqueles clássicos livros de “medicina alternativas” – “Medicina Alternativa de A a Z”, “Curas

Naturais Que Eles Não Querem Que Você Saiba”.

Não podemos nos basear nisso. Apenas sua ida à biblioteca e na biblioteca virtual de artigos.

Mas, como você já notou, sou cética. Não faria nenhum sentido com minha posição te dar meus dados, afinal, você teria de ser cético com eles, com minhas interpretações dos artigos lidos e assim por diante. Você quem deve buscar. Afinal, nunca foi minha proposta dizer se devemos ou não usar fitoterápicos e se sim, quais devemos usar. Mas sim te botar a pensar.

Idem Dr. Dráuzio. Ele quer te colocar em posição cética, em posição de dúvida. Em posição de pensamento. Não para ditar como deve ser o SUS.

Ele tem mais poder que eu para passar informações, mais duvido que ele gere um movimento de descrença aos fitoterápicos. Na verdade, o que ele disser será rapidamente esquecido pelos que assistirem passivamente. Para os que absorverem algo, creio que será uma ótima experiência.

Uma ótima experiência se, é claro, não encararem como uma metonímia, pois nem sempre teremos a parte pelo todo, isto é, o comentário sobre alguns fitoterápicos não necessariamente servem a todos.

Ler, ouvir com atenção, como você teve de fazer para entrar na universidade pode ser a diferença entre uma ótima experiência e um momento de desconsideração e raiva.


Flávia Bittencourt

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Em uma noite de lua.

Certa vez, alguém me fez uma pergunta – “Não acha que é muito egoísta e pretensioso dizer que não há nada superior a você?” – Uma pergunta assaz agradável.


Respondi calmamente – “Não minha cara, na verdade acho que é bem humilde da minha parte.”
Ela ficou perturbada com minha resposta, e a discussão continuou por algum tempo com outras questões - umas inteligentes, outras pobres em crítica -, mas essa questão é de longe a mais interessante. A questão foi interessante e a resposta foi simples e elegante. Tão simples e elegante quanto “penso, logo existo”. Na verdade há uma longa e complexa linha de pensamento. E não escolhi essa frase de exemplo por ser algo acessível, mas por sua importância – Talvez você não saiba, mas o pensamento por trás disso é o que permitiu o mundo ser do jeito que é hoje: Método Científico e, antes ainda disso, o ceticismo.


O que leva alguém a ter o ceticismo como base do pensamento? Ceticismo parece ser algo tão falso, afinal, no final você acreditará em algo (mesmo que sempre deixando uma brecha para a outra possibilidade). Algo tão cruel, pois algumas vezes pega tudo aquilo que temos de valor e diz que é mentira e que a nossa cabeça é a responsável. Algo tão destrutivo, sendo que apenas a experiência permite comprovar as coisas ceticamente.


Mas isso é apenas um pensamento superficial. É difícil pedir para que alguém, que não tem pensamento cético, pensar ceticamente. Assim tentarei mostrar alguns dos fatos que, por mais simples que pareçam, ouvi dizer que levaram a esse pensamento.


Vestibular é algo assustador. Sempre foi. E algumas das bases da física é “ação e reação”. Lembra? Eu te lembro: “Quando um corpo A exerce uma força sobre um corpo B, simultaneamente o corpo B exerce uma força sobre o corpo A de intensidade e direção igual mas em sentido oposto.”


Agora que lembrou, vamos lembrar os vetores. Vetores são as representações direcionais em um espaço (uma, duas ou três dimensões práticas).


A relação disso? Se seu professor de física for bom, nada de mais. Se o seu professor foi ruim, é extremamente controverso.


Não irei explicar o correto, pois o certo não tem graça.


Mas, se você colocar em vetores duas forças iguais em sentidos contrários, o resultado será zero newtons. E ponto final.


Você olha os livros/apostilas, a mesma coisa. Alguma coisa está faltando. Algo está muito mal explicado. Devo apenas aceitar quieto ou devo me perguntar. Questionar aquilo que diz estar certo, questionar quem diz estar certo é ceticismo.


Cidades pequenas são interessantes. O que acontece, todos sabem o que foi e com quem aconteceu. Claro que cada um conta a sua
estória, mas unindo tudo e desconsiderando o que parece excessivo, temos uma estória quase real.


E em uma dessas cidades pequenas de interior, um escândalo: a única farmácia de manipulação de homeopáticos é fechada. Todos aqueles que dependiam dos homeopáticos para sua saúde ficam pasmos: O rapaz que cuidava da farmácia, se converteu a alguma religião e, para deixar sua vida de pecados e mentira, disse. Vereador, homem de bem, todos os senhores tiravam o chapéu para aquele que oferecia com dignidade saúde. Aleluia, disse então que não era farmacêutico e que, ao conversar com um amigo, decidiu que vender água era uma solução prática de vida. Sim, devo me lembrar que ele vendia álcool de cozinha e, como ganhou dinheiro, arranjou um jeito de produzir aquelas “bolinhas” homeopáticas. “Três vezes, de oito em oito horas. Sua artrite melhorará, bem como o médico da cidade grande disse.” Questionar aquilo que diz estar certo, questionar quem diz estar certo é ceticismo.


Mas é claro, isso é só para colocar que o começo do ceticismo em alguns casos. Casos que ouvi dizer. O meu não talvez não seja tão interessante quanto esses.


Quando a tal verdade se mostra falsa, ou você ignora aquilo e segue sua vida, ou você se pergunta se nada mais pode ser mentira. Com certeza a ultima opção é a mais rara. Questionar é sempre ruim.


Pior: Até que ponto você está disposto a questionar? Todos se questionaram, principalmente perto do vestibular, se o que estão aprendendo é importante ou se vai usar no futuro. Todos se perguntaram, pelos uma vez na vida, por que os pais viviam “encima” de vocês. Mas, até que ponto você
estaria disposto a se questionar. Questionar o incrível, o óbvio e questionar a si próprio.
Poucos. Poucos mesmo. Até por que, questionar o óbvio aparenta ser um absurdo.


Aquele clássico “penso, logo existo”, se liga aqui. Lógico, os grandes filósofos vão coachar - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!" – Mas o que importa do nosso companheiro invisível René é que se não for indiscutível, nada feito. Tem que ter como duvidar para que está certo ou errado. Em palavras plebéias.

Deveríamos ser como aqueles antigos que falavam, com o marfim de suas estatuas: “Isso precisa existir”?


Essa discussão, e as variantes que vem disso ficam para outra. Estamos nessa.


Será que esse ceticismo não é, por si só, um grande egoísmo? Afinal, parece ser tão óbvio. Achar que podemos nos colocar em um pedestal e julgar as coisas.


Realmente. É uma linha de pensamento. Entretanto, outro questionamento deve ser feito: Como definiremos o que é verdade em um mundo onde conceitos contrários se dizem igualmente verdades ou contrárias?


Um pensamento humilde e livre deve começar do zero e, ao analisar as coisas, ver se é real e se não pode haver outras explicações que possam ser duvidadas e comprovadas. Por que a lâmpada brilha? Por que há um éter luminoso que emana dela? Não há outra explicação?


Esse pensamento de dúvida permite com que análise tudo com liberdade de pensamento. O pensamento de ninguém está acima de você, apenas os argumentos e a dúvida inerente.
E disso vêm algumas perguntas.


O que é mais humilde: Achar que sou submisso a uma divindade suprema e perfeita que me criou semelhante a ele, ou achar que sou apenas um conjunto de reações químicas (explicadas pela ciência) em um planeta girando ao redor de uma pequena estrela no canto de uma galáxia perdida no nada?


O que é mais egoísta: Dizer que tudo foi criado para mim e que alguém perfeito está me guiando e me observando pessoalmente, ou achar que as únicas coisas que estão próximas de mim são outras pessoas que, nem sempre estão preocupadas comigo?


O que é mais pretensioso: Falar abertamente que você tem as respostas e que elas são perfeitas, e ainda dizer que se outro não achou respostas, é por incompetência dele, ou dizer que não temos todas as respostas – e que talvez nunca venhamos a ter -, mas que lutaremos para ter o máximo de respostas e que elas sejam acessíveis a todos que procurarem?


Não meu caro, não me preocuparei em te demonstrar lentamente a linha de pensamento que te levará a entender todo o universo, até por que ninguém deve ter. Mas te convido a ser humilde e a duvidar. Afinal, por mais que as crianças não queiram aceitar: Conhecimento é liberdade.
Primeira duvida, na verdade, é a mais importante: Você é humilde o bastante para dizer “não”?


Flávia Bittencourt.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tão desejado exílio

Minha terra tem palmeiras
Onde estupram o sabiá
As aves, que aqui vivem
Não tem medo como lá

Confinado em sua gaiola
Esqueceu da liberdade
Entretido com sua granola
Fugindo da realidade

Uma espiada por entre as grades
E um suspiro de tristeza
Habituou-se tanto ao pouco
Que morreria na grandeza

Suspiro esse muito breve
Que logo mostra-se em vão
O sabiá volta à alegria
Já chegou o circo e o pão

A porta acima está aberta
Mas ele recusa-se a alcançar
conseguiria, ele, se lembrar
Que pássaros nascem para voar

Permita deus que eu morra
Sem que eu volte para lá

Bonilha.

domingo, 29 de agosto de 2010

Todo mundo pode escrever

Carlos Drummond de Andrade era farmacêutico. Não exercia, mas era farmacêutico. E ele escrevia. Escrevia extremamente bem. Um poeta, antes de tudo. Um farmacêutico, acima de qualquer outra função. Ele quem disse que as palavras estão lá, esperando. Congeladas. Paradas. E prontas. Prontas para serem usadas. Prontas para formarem frases, estrofes, rimas. Prontas para servirem a quem for. Escrever é isso. Usar as palavras, Convoca-las. Pedir a elas que expressem qualquer opinião. Qualquer dúvida. Revolta, ou sentimento. Escrever é sentir. Sentir que é necessário uma "voz" mesmo que muda e silênciosa, no caso de palavras escritas. Uma voz que grita alguma idéia. É sentir o mundo de dentro para fora e mostrar isso através de linhas rabiscadas. É sentir que os mais intímos medos e angustias podem ser compartilados com tinta, papel e mãos. Escrever é expressar. Se expressar. Carlos Drummond fazia isso. E eu também tento. E todos nós deveriamos tentar. Escrever é viver a realidade de uma forma mais intensa, mais real. Ou de uma forma surreal, dependendo de algumas mentes. Escrever é vida. Sentida mais fortemente ou fracamente. Mas mesmo assim sentida. Carlos Drummond fazia isso. E eu também tento. E todos nós também deveriamos tentar. Afinal, as palavras estão ai. Afinal também seremos farmacêuticos, e porque não, escritores.


Carolina R. Zambom - 1° ano FBI


Carolina R. Zambom - Turma 81 FBI

sábado, 28 de agosto de 2010

Reinauguração

A imprensa da gestão Panoraâmica tem o prazer de reinaugurar o blog Nossa Entropia!
Agora mais abrangente, esse espaço tem como função divulgar textos artísticos dos alunos da FCFar (como pesias, crônicas, narritavias, etc.) sobre qualquer tema, mas sem nunca perder seu ideal original: servir como porto seguro para opiniões sobre a faculdade e o curso.
Os textos postados podem ser assinados pelo autor ou mantidos anônimos, e devem ser enviados para o email do CACIF (cacif.unesp@gmail.com) ou para o email do blog (contatolibertas@gmail.com).

É isso ai, gente, esse é o nosso espaço, a nossa arte, a nossa crítica, a nossa revolta, a Nossa Entropia, a desordem pela ordem!